Por que uma Educação para a Morte?



Existem alguns temas que são proibidos em nossa sociedade. Não devemos pensar, ver ou falar sobre eles. São temas difíceis, pois trazem vergonha, constrangimento ou dor. Mas o mais controverso tema e de mais difícil abordagem é, sem dúvida a MORTE e o MORRER. Raramente ou quase nunca se fala sobre ele.

Um mistério maior, enigma antológico, tabu social, de qualquer forma que se apareça o assunto provoca, no mínimo, um arrepio no corpo, um pulsar diferente do coração.

Segundo estatísticas ocorrem no mundo diariamente 156.000 mortes. Morrem jovens e velhos, ateus e crentes, homens e mulheres, brancos e negros – sejam ricos ou pobres.
Todos morrem, mas nem todos têm o mesmo fim. Se morre de velhice, acidente, fome, emboscada, assassinato, suicídio, martírio e enfermidades. Se morre mesmo antes de se ter nascido.
Esse blog não é sobre vida após a morte. Vamos refletir sobre os últimos instantes da nossa existência, o momento derradeiro da vida humana.
O que é morte? Como se morre? O que se sente na hora da morte? Como lidar melhor com o tema morte? Como preparar pessoas para esse fato tão presente na existência?
É sobre esses questionamentos e reflexões e, principalmente, sobre o sentido à Vida que a Morte pode oferecer, que pretendemos falar.                                                          
“A educação é entendida como desenvolvimento pessoal, aperfeiçoamento e cultivo do ser, que também pressupõe uma preparação para a morte, envolvendo comunicação, relacionamentos, perdas, situações-limite, como, por exemplo: fases do desenvolvimento, perda de pessoas significativas, doenças, acidentes, até o confronto com a própria morte.” (Maria Julia Kovács – USP).
Neste blog postaremos artigos, vídeos, livros, links e fóruns onde são apresentadas e discutidas várias propostas de Educação para a Morte, tanto para o público leigo quanto para os profissionais sa saúde.
O filósofo Michel de Montaigne disse, com razão, que “quem ensinasse os homens a morrer os ensinaria a viver”. Esse é o o objetivo deste blog. Em refletindo sobre a morte, refletir sobre a vida.
Somente com uma clara e constante consciência da nossa condição de mortais, finitos, contingentes, vulneráveis é que podemos viver intensamente e apreciar realmente a vida:
1.  Não desperdiçando o pouco tempo de que dispomos, porque cada instante é irrecuperável; e
2.   Revendo as prioridades e valores de nossa existência como o acúmulo de posses e cuidados cotidianos, dos quais freqüentemente somos escravos.
A morte não é privilégio ou desgraça particular de ninguém. Ela sobrevém a todos, sem exceção, mais cedo ou mais tarde. Então, diante da certeza da brevidade da vida, por que não revermos nossos valores, conceitos e prioridades?
Desejo a todos uma excelente vida e uma... boa morte!
Roberto Marques

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