Ajudando a Morrer

Médicos do mundo inteiro estão gastando o melhor do seu tempo para conhecer o metabolismo celular e pesquisar novos medicamentos, aparelhos, técnicas e procedimentos para diagnosticar doenças, preveni-las e, assim, prolongar o inevitável a morte.
Infelizmente, com o desenvolvimento científico o morrer tornou-se mais solitário e desumano. Geralmente o doente é confinado em um hospital, estando as pessoas mais preocupadas com o funcionamento de seus pulmões, secreções e não com o ser humano que há nele. Estando muitas vezes sofrendo mais emocionalmente e espiritualmente que fisicamente.
Os hospitais, sem dúvida, têm prolongado a vida, mas não ajuda a morrer. Nestes casos, estão envolvidos, principalmente, o despreparo de muitos médicos em lidar com a morte e a ganância de alguns hospitais por lucro.
Os sinais que possam alertar o doente do seu verdadeiro estado terminal são cuidadosamente afastados. O sacerdote só é chamado à cabeceira do leito do moribundo quando este já perdeu a consciência ou quando já está definitivamente morto.
O que se vê em muitos hospitais, geralmente, é um comportamento defensivo de faz-de-conta: o médico faz-de-conta que trata, a família faz-de-conta que acredita no tratamento e o moribundo faz-de-conta que está melhorando. O resultado é que as pessoas estão morrendo sem saber que iam morrer. Caberia nesta etapa da doença não mais a cura médica, mas o assistir, servir, ajudar e cuidar. Para uma morte mais tranqüila e humana.
Onde fica a esperança? Como diz o ditado: “A esperança é a última que morre”.
A aceitação da morte não excluí a esperança de cura. Enquanto houver um fio de vida, deve haver esperança na descoberta de um novo tratamento ou medicamento ou, ainda, a ocorrência de um milagre.
Está provado que pacientes que perdem a esperança de cura morreram mais rápido. Mas não podemos confundir esperança com ilusão, fé com presunção.

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