Morte e Cemitério

Todos morrem é certo, mas nem todos morrem igual. Pesquisas comprovam que pobres e analfabetos morrem primeiro. Fatores sociais e econômicos são a causa da morte de milhões de pessoas em todo o mundo (falta de segurança, saneamento básico, assistência médico-hospitalar, educação, alimentação etc).
A desigualdade social na morte prolonga-se após ela. O cemitério tradicional é um retrato fiel de uma sociedade de pobres e ricos. Enquanto os mais abastados são “sepultados” em mausoléus de mármore e vidro fume em avenidas calçadas e iluminadas do cemitério, os pobres são “enterrados” lá no fundo, no mato, cova rasa, na completa escuridão. Enquanto a “urna funerária” do rico é de madeira nobre entalhada com cobertura interna de cetim branco e alças em bronze polido, o “caixão” do pobre é de madeira de 3ª, comprado em vinte prestações. Sem falar que, num passado não muito distante, os nobres eram sepultados dentro da igreja e quanto mais rico mais próximo do altar. Claro que tudo devidamente pago. Assim, nem após a morte o pobre escapa do constrangimento e das injustiças sociais. Hoje as coisas não mudaram muito.

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