A menos de cinqüenta anos se morria em casa, rodeado de parentes e amigos. Ao pressentir o seu fim, a pessoa “presidia” sua própria morte. Chamava os filhos, dava as recomendações finais, exprimia suas últimas vontades, se reconciliava com Deus e se despedia. Tudo com simplicidade e sem drama. As crianças participavam naturalmente do acontecimento. O velório acontecia na sala de visitas e a procissão fúnebre era acompanhada por todos os conhecidos. No cemitério, sua “última morada”, recebia a visita permanente com flores, sinais de que nunca seria esquecido. O período de luto era a expressão pública da dor das saudades. Desse modo se morreu durante séculos.
Mas já não se morre mais como antigamente. As atitudes humanas diante da morte mudaram profundamente. As justificativas vão desde o sistema capitalista em que vivemos, passando pela incapacidade médica de lidar com suas limitações, até a falta de amor mesmo. Já não se morre em casa rodeado pela família e amigos, mas no hospital, sozinho. Calcula-se que mais da metade das mortes ocorrem num hospital. Tendência que cresce em larga escala.
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