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Porque pensar na sua morte pode fazer bem para você

Não tem o que fazer? Fique pensando sobre sua morte. Segundo um novo estudo, pode ser muito benéfico para você.

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Como você pensa a morte muda seu comportamento na vida. Leia Artigo AQUI
 
Rede social é criada para os que estão à beira da morte
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O que acontece com seu Orkut quando você morre?
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Canto Para A Minha Morte - Raul Seixas

 
Eu sei que determinada rua que eu já passei
Não tornará a ouvir o som dos meus passos.
Tem uma revista que eu guardo há muitos anos
E que nunca mais eu vou abrir.
Cada vez que eu me despeço de uma pessoa
Pode ser que essa pessoa esteja me vendo pela última vez
A morte, surda, caminha ao meu lado
E eu não sei em que esquina ela vai me beijar

Com que rosto ela virá?
Será que ela vai deixar eu acabar o que eu tenho que fazer?
Ou será que ela vai me pegar no meio do copo de uísque?
Na música que eu deixei para compor amanhã?
Será que ela vai esperar eu apagar o cigarro no cinzeiro?
Virá antes de eu encontrar a mulher, a mulher que me foi destinada,
E que está em algum lugar me esperando
Embora eu ainda não a conheça?

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho
Que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Qual será a forma da minha morte?
Uma das tantas coisas que eu não escolhi na vida.
Existem tantas... Um acidente de carro.
O coração que se recusa abater no próximo minuto,
A anestesia mal aplicada,
A vida mal vivida, a ferida mal curada, a dor já envelhecida
O câncer já espalhado e ainda escondido, ou até, quem sabe,
Um escorregão idiota, num dia de sol, a cabeça no meio-fio...

Oh morte, tu que és tão forte,
Que matas o gato, o rato e o homem.
Vista-se com a tua mais bela roupa quando vieres me buscar
Que meu corpo seja cremado e que minhas cinzas alimentem a erva
E que a erva alimente outro homem como eu
Porque eu continuarei neste homem,
Nos meus filhos, na palavra rude
Que eu disse para alguém que não gostava
E até no uísque que eu não terminei de beber aquela noite...

Vou te encontrar vestida de cetim,
Pois em qualquer lugar esperas só por mim
E no teu beijo provar o gosto estranho que eu quero e não desejo,mas tenho que encontrar
Vem, mas demore a chegar.
Eu te detesto e amo morte, morte, morte
Que talvez seja o segredo desta vida
Morte, morte, morte que talvez seja o segredo desta vida

Canto Para A Minha Morte - Raul Seixas - Vídeo Youtube
 
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Direito à Morte


O filósofo J. MOLT MANN, disse que o homem tem direito à sua morte como tem direito à sua vida. Morrer é um processo humanamente tão importante quanto nascer e viver”.
Felizmente, tem havido de parte da sociedade uma reação no tratamento da morte. Sociólogos, psicólogos, médicos, filósofos e teólogos, têm defendido o direito a morte. O direito a comunicação do diagnóstico e o direito de viver os últimos e decisivos momentos de vida de modo digno e humano, com assistências médica, psicológica e espiritual.
Existem, também, maneiras da SOCIEDADE ajudar a morrer ou se estar preparado para a morte:
a) Reconhecer a morte como um fenômeno natural;
b) Organizar grupos de pessoas que tiveram “morte aparente” ou que sobreviveram a terríveis acidentes e grupos de apoio a doentes terminais e de pessoas enlutadas;
c) Proposta: Incluir no ensino escolar regular a Educação para a Morte;
d) Realizar palestras e seminários sobre o tema.;
f) Criar blogs para divulgação do assunto.
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Como se morre

A morte pode vir de maneira súbita (rápida) ou lentamente (agonizante), de causa natural (esperada: velhice, doenças terminais ou degeneração) ou violenta (pela força: homicídios, suicídios e acidentes).
Podemos não ter certeza se iremos casar, ter filhos, fazer uma faculdade ou uma viajem, mas uma coisa é certa: morreremos. A morte pode chegar hoje ou daqui a sessenta anos. Dela ninguém escapa. Todos a experimentarão, mais cedo ou mais tarde.

O que se sente na hora da morte
       Inúmeras pessoas que no decorrer de acidentes, doenças ou ferimentos graves, estiveram próximas à morte; e pessoas que – enquanto morriam – relataram experiências que continham elementos comuns:
·         Sensação de paz e tranqüilidade;
·         Alívio de tensão e;
·         Ausência de dor.
A expressão facial, que anteriormente poderia apresentar dor e angústia, torna-se serena. Por isso comenta-se sobre alguém que morreu: “parece que está dormindo”.
         Aqueles que têm força e amor para ficar ao lado de uma pessoa que está morrendo, saberão que tal momento não é assustador nem doloroso, mas um cessar em paz do funcionamento do corpo.
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Por que uma Educação para a Morte?



Existem alguns temas que são proibidos em nossa sociedade. Não devemos pensar, ver ou falar sobre eles. São temas difíceis, pois trazem vergonha, constrangimento ou dor. Mas o mais controverso tema e de mais difícil abordagem é, sem dúvida a MORTE e o MORRER. Raramente ou quase nunca se fala sobre ele.

Um mistério maior, enigma antológico, tabu social, de qualquer forma que se apareça o assunto provoca, no mínimo, um arrepio no corpo, um pulsar diferente do coração.

Segundo estatísticas ocorrem no mundo diariamente 156.000 mortes. Morrem jovens e velhos, ateus e crentes, homens e mulheres, brancos e negros – sejam ricos ou pobres.
Todos morrem, mas nem todos têm o mesmo fim. Se morre de velhice, acidente, fome, emboscada, assassinato, suicídio, martírio e enfermidades. Se morre mesmo antes de se ter nascido.
Esse blog não é sobre vida após a morte. Vamos refletir sobre os últimos instantes da nossa existência, o momento derradeiro da vida humana.
O que é morte? Como se morre? O que se sente na hora da morte? Como lidar melhor com o tema morte? Como preparar pessoas para esse fato tão presente na existência?
É sobre esses questionamentos e reflexões e, principalmente, sobre o sentido à Vida que a Morte pode oferecer, que pretendemos falar.                                                          
“A educação é entendida como desenvolvimento pessoal, aperfeiçoamento e cultivo do ser, que também pressupõe uma preparação para a morte, envolvendo comunicação, relacionamentos, perdas, situações-limite, como, por exemplo: fases do desenvolvimento, perda de pessoas significativas, doenças, acidentes, até o confronto com a própria morte.” (Maria Julia Kovács – USP).
Neste blog postaremos artigos, vídeos, livros, links e fóruns onde são apresentadas e discutidas várias propostas de Educação para a Morte, tanto para o público leigo quanto para os profissionais sa saúde.
O filósofo Michel de Montaigne disse, com razão, que “quem ensinasse os homens a morrer os ensinaria a viver”. Esse é o o objetivo deste blog. Em refletindo sobre a morte, refletir sobre a vida.
Somente com uma clara e constante consciência da nossa condição de mortais, finitos, contingentes, vulneráveis é que podemos viver intensamente e apreciar realmente a vida:
1.  Não desperdiçando o pouco tempo de que dispomos, porque cada instante é irrecuperável; e
2.   Revendo as prioridades e valores de nossa existência como o acúmulo de posses e cuidados cotidianos, dos quais freqüentemente somos escravos.
A morte não é privilégio ou desgraça particular de ninguém. Ela sobrevém a todos, sem exceção, mais cedo ou mais tarde. Então, diante da certeza da brevidade da vida, por que não revermos nossos valores, conceitos e prioridades?
Desejo a todos uma excelente vida e uma... boa morte!
Roberto Marques
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Ajudando a Morrer

Médicos do mundo inteiro estão gastando o melhor do seu tempo para conhecer o metabolismo celular e pesquisar novos medicamentos, aparelhos, técnicas e procedimentos para diagnosticar doenças, preveni-las e, assim, prolongar o inevitável a morte.
Infelizmente, com o desenvolvimento científico o morrer tornou-se mais solitário e desumano. Geralmente o doente é confinado em um hospital, estando as pessoas mais preocupadas com o funcionamento de seus pulmões, secreções e não com o ser humano que há nele. Estando muitas vezes sofrendo mais emocionalmente e espiritualmente que fisicamente.
Os hospitais, sem dúvida, têm prolongado a vida, mas não ajuda a morrer. Nestes casos, estão envolvidos, principalmente, o despreparo de muitos médicos em lidar com a morte e a ganância de alguns hospitais por lucro.
Os sinais que possam alertar o doente do seu verdadeiro estado terminal são cuidadosamente afastados. O sacerdote só é chamado à cabeceira do leito do moribundo quando este já perdeu a consciência ou quando já está definitivamente morto.
O que se vê em muitos hospitais, geralmente, é um comportamento defensivo de faz-de-conta: o médico faz-de-conta que trata, a família faz-de-conta que acredita no tratamento e o moribundo faz-de-conta que está melhorando. O resultado é que as pessoas estão morrendo sem saber que iam morrer. Caberia nesta etapa da doença não mais a cura médica, mas o assistir, servir, ajudar e cuidar. Para uma morte mais tranqüila e humana.
Onde fica a esperança? Como diz o ditado: “A esperança é a última que morre”.
A aceitação da morte não excluí a esperança de cura. Enquanto houver um fio de vida, deve haver esperança na descoberta de um novo tratamento ou medicamento ou, ainda, a ocorrência de um milagre.
Está provado que pacientes que perdem a esperança de cura morreram mais rápido. Mas não podemos confundir esperança com ilusão, fé com presunção.
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Morte e Cemitério

Todos morrem é certo, mas nem todos morrem igual. Pesquisas comprovam que pobres e analfabetos morrem primeiro. Fatores sociais e econômicos são a causa da morte de milhões de pessoas em todo o mundo (falta de segurança, saneamento básico, assistência médico-hospitalar, educação, alimentação etc).
A desigualdade social na morte prolonga-se após ela. O cemitério tradicional é um retrato fiel de uma sociedade de pobres e ricos. Enquanto os mais abastados são “sepultados” em mausoléus de mármore e vidro fume em avenidas calçadas e iluminadas do cemitério, os pobres são “enterrados” lá no fundo, no mato, cova rasa, na completa escuridão. Enquanto a “urna funerária” do rico é de madeira nobre entalhada com cobertura interna de cetim branco e alças em bronze polido, o “caixão” do pobre é de madeira de 3ª, comprado em vinte prestações. Sem falar que, num passado não muito distante, os nobres eram sepultados dentro da igreja e quanto mais rico mais próximo do altar. Claro que tudo devidamente pago. Assim, nem após a morte o pobre escapa do constrangimento e das injustiças sociais. Hoje as coisas não mudaram muito.
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Filosofar é aprender a morrer - Plano de Aula

Discutir a ideia de morte na Filosofia, tendo como base o pensamento de Platão, Sócrates e Epicuro. Leia todo o texto AQUI.
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Educação Para A Morte - Maria Julia Kovács

       A morte faz parte do desenvolvimento humano desde a mais tenra idade e acompanha o ser humano no seu ciclo vital, deixando suas marcas. Como preparar pessoas para esse fato tão presente na existência? Esse desafio é ainda mais urgente para os profissionais de saúde e educação. Perguntas têm assoberbado a humanidade, e respostas foram trazidas pelas religiões, ciências, artes, filosofias, entretanto, nenhuma delas é completa e universal. É sobre esses questionamentos e reflexões, sobre a busca de sentido à vida que a morte pode oferecer, sobre essa característica ou qualidade humana de questionamentos, de autoconhecimento, que pretendemos falar. A educação é entendida como desenvolvimento pessoal, aperfeiçoamento e cultivo do ser, que também pressupõe uma preparação para a morte, envolvendo comunicação, relacionamentos, perdas, situações-limite, como, por exemplo: fases do desenvolvimento, perda de pessoas significativas, doenças, acidentes, até o confronto com a própria morte. Serão discutidas várias propostas de educação para a morte tanto para o público leigo quanto para os profissionais. Leia Todo o Texto AQUI
 
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Desaparecimento da Morte

A morte tão presente e doméstica no passado vai se tornando vergonhosa e proibida no presente.
Na sociedade moderna não se pensa na morte e se fala dela o menos possível. A morte deve “desaparecer” do cotidiano das pessoas. Para tanto, são utilizadas duas estratégias básicas: a negação e a camuflagem.
a) A negação da morte
         Freud explica que o inconsciente não conhece a morte nem o tempo: o homem se sente imortal. Nas guerras o soldado marcha contra o fogo acreditando que não vai morrer, mas sente perda do soldado ao lado. Negamos a morte ao considerá-la como algo que só acontece com os outros.
Também negamos a morte não falando nunca sobre ela. Por exemplo: a uma criança cujos pais morreram num desastre é dito que “eles foram fazer uma longa viagem”; num hospital o paciente não morre, “entra em óbito”, “expira”, “perde-se na mesa”, na guerra o soldado não morre, “tomba em campo de batalha”; nos comunicados de acidentes não se fala em mortos, mas “desaparecidos”; o morto na linguagem policial é um “presunto” e o morrer um “apagar”. Até os crentes não morrem, “descansam”.
b) A camuflagem da morte
A segunda estratégia para fazer “desaparecer” com a morte é camuflando-a. Milhares de pessoas morrem diariamente, mas tudo se passa na sociedade como se ninguém estivesse morrendo ou morto. Nos hospitais, se o monitoramento médico prevê a morte eminente de um paciente em uma enfermaria, ele é rapidamente e discretamente deslocado para um quarto privado ou oculto atrás de um biombo. Quando por “descuido” alguém morre na enfermaria, imediatamente começa uma engenhosa operação para fazer “desaparecer” o corpo do morto. Geralmente, a enfermeira simula um diálogo com o “paciente” propondo levá-lo para um exame qualquer, enquanto um auxiliar o coloca num carrinho ao mesmo tempo em que se interpõe entre o rosto do falecido e os expectadores (demais pacientes ou visitas) do quarto, retirando-o dali. Tudo se passa para não chamar a atenção dos vivos com assunto tão “desagradável”. Se algum paciente pergunta pelo colega que foi fazer o tal exame, diz-se que foi transferido de hospital ou recebeu alta e foi para casa. Assim, a morte desaparece e todos ficam em paz. 
Uma vez atestado o óbito, o hospital entrega o falecido à família que o repassa a uma funerária. O velório é realizado num lugar neutro como se fosse uma recepção. Não é preciso dizer que as crianças são cuidadosamente afastadas dessa cerimônia tão “traumatizante”. No cortejo fúnebre o morto é levado num discreto furgão disfarçado de ambulância para um cemitério que cada vez se parece menos com tal. Isto quando não é incinerado (cremado) de uma vez por todas poupando cerimônias fúnebres, peregrinações ao cemitério, gasto com flores, caixão etc. O luto, segundo os novos costumes, deve ser contido para não perturbar os vivos com sentimentos tão “negativos”.
Eis no que a sociedade moderna reduziu a morte: algo irreconhecível.